sexta-feira, 25 de junho de 2010

"edmottês"


"Vamos respeitar!"

(risos)-...porque falar de Ed Motta não é lá tão fácil assim.
Quando perguntam pra mim um músico que admiro, a resposta é automática: ED MOTTA!
Sobrinho do Tim, outro músico fantástico que já nos deixou, com aquela voz grave, aquelas músicas dancing e porque não , sua irreverência (que o tornavam "singular" digamos assim.)

Vejo o Ed como um dos artistas que são "abafados". Voltaram-se para produzirem o que sentem, o que querem, enfim... não se vendem para o mercado e suas tendências.
Poderíamos discutir aqui durante um bom tempo sobre estes artistas que se venderam ou não. Você conhece a Céu? Conhece Planet Hemp? João Sabiá, Luiz Melodia,... Cara até o Jorge Ben, que tem uma bagagem incomensurável é um artista que eu não o vejo recebendo seu devido valor.

Ed Motta, no ano de 2002 lançou o que pode se dizer o seu "the best of" , com o trabalho "Dwitza", explorando e esbanjando técnicas , não se esquecendo da musicalidade,sentimentos,enfim. E o próprio reconheceu isso por se tratar de um cd em que ele se destacou da necessidade que um artista tem de vender (até mesmo para que se propague e se mantenha no mercado), para mostrar do que é feito o Ed. Músicas não apenas com letras, como um suposto francês (confiram a música "Valse au Beurre Blanc". Não! Não é francês e sim invensões do Ed! Me corrijam se eu estiver errado, mas o próprio Jô Soares o questionou por isso!).
(risos)
Acho que vou tirar um dia pra falar do Gordo (Jô Soares) também. Outra figuraça!

Em Dwitza, vejo o Ed. Isso é o que também me faz admirá-lo e daí pode-se tirar um ensino não meramente musical.

No ano de 2008,a música "Amalgasantos" recebeu uma nova interpretação de um grupo de jazz, Chris Greene Quartet. A quem interessar possa:


Ah, mas também escutem o Ed!


obs: no vídeo do ed, ele mudou o nome da música para "Dwitza Overture", para a gração do seu dvd "Poptical" , onde acrescentou na guitarra o pedal de vocoder a quem sabe muito bem utilizá-lo, Paulinho Guitarra.


O Ed, sempre em procura do novo, tem o costume de variar sua banda. Com ele já passaram músicos da pesada , como Arthur Maia e há pouco tempo mudou novamente a formação da banda. Saíram o baterista, Renato Massa, o baixista Alberto Continentino, Rafael Vernet e entraram uma rapaziada que ainda não identifiquei. ( magoei ) Cara, como eu gostava da antiga formação...

Ah! E as influências?

Hermeto Pascoal , Chico Buarque, Edu Lobo, All Green, Earth, Wind of Fire, Stevie Wonder, John Coltrane,... Bom,só daí fomos à MPB, soul e ao jazz. Este último eu poderia citar outras referências, porém já seria uma turnê, pois ele tem o costume de escutar jazz de todas as partes do mundo. Jazz tcheco, húngaro, japonês,... e por aí vai. Fora os vinhos, né? Ah... , os vinhos! Ed é um bom entendedor do vinho. Inclusive, ele tem um blog sobre a bebida , o Blogustação! (risos) magnífico!




terça-feira, 15 de junho de 2010

Bossa Nova


Até os dias atuais há uma discussão sobre quem inventou, quem é o "pai" da bossa nova.
Essa expressão rítmica maravilhosa que encanta o mundo( ou ao menos aos que são resistentes ao material que é comercializado hoje ), vindo da zona sul com a mistura de nada mais ,nada menos do samba sem os instrumentos de percussão e o jazz, onde a princípio foi-se divulgar o novo, porém recebeu a influência deste também fascinante estilo musical, acrescentando assim acordes mais trabalhados, não limitando-se às tríades e tetracordes.
João Gilberto sendo ou não o "pai" da bossa, com certeza foi um cantor singular onde suas canções soam como fala,como conversa. Não há vibrato, não há "firulas",...Uma levada sincopada, assim não se importando com a marcação dos compassos é o diferencial. Como diria um amigo músico:" O João não canta, ele conversa. A diferença é que ele faz isso com um violão a colo."
Desde os 14-15 anos fui ensinado a escutar jazz, por alguns músicos (muito bons ,diga-se de passagem). Naquela idade perguntavam:" Johnny, vai fazer o quê hoje a tarde?" e a resposta era: "Vou jogar bola!", quando um deles disse :"VAI ESTUDAR! VAI ESCUTAR JAZZ ! JAZZ ! JAZZ,CARA!".
Foi como lavagem cerebral aquilo. Ele colocou a testa dele na minha cabeça, fixava os olhos em mim quando disse isso.
Bom, não é que deu certo? Passei a pesquisar alguns nomes e esbarrei com Louis Armstrong, Thelonious Monk, Norah Jones, Diana Krall, Miles Davis,John Coltrane,...
É bom escutar esses ritmos que trazem uma história,uma cultura e não são meramente comerciais, como o que se ouve por aí e acompanhar as influências que ambos fazem nos demais estilos.


Bom, por enquanto é isso.
Recomendo que ouçam "Una Mujer" e notarão perfeitamente o que digo.
E, um fato interessante é a fama de perfeccionista. Ouvi dizer que o João não gosta de celulares tocando durante as suas apresentações, não gosta de ar-condicionado barulhentos, etc. rs

É ou não é o pai?



"La mujer que
Al amor no se asoma
No merece llamarse mujer ..."

sábado, 12 de junho de 2010

A Benção Baden !

Há uns anos atrás esbarrei com uns alunos, flautistas do projeto PRO ARTE em Niterói,incentivados pela PETROBRAS na educação musical por meio de um dos instrumentos mais antigos da humanidade, a flauta doce. Traziam consigo um repertório rico de história do violão popular brasileiro.
Vinha da Villa-Lobos, após uma "aula". Era pra ser aula de escrita musical, lembro bem, porém fiquei no terraço do prédio, no Café do Villa, conversando com o professor Mauro Wermeillinger ao som de um aluno que também chamou atenção, tocando seu violão de 7 cordas com bojo de Di Giorgio e um braço encomendado da França e no final disso tudo , um som sem igual! ( até hoje consigo ouvir aquela peça barroca do século XV, no qual tocava).
Em 1961, especificamente encontra-se em Baden Powell um "divisor de águas", assim dito pelos próprios alunos, pois até esta época não se tocava violão como ele.
Vale ressaltar que Baden teve a honra de ter a companhia das melhores,estando sempre com Vinícius de Moraes,Pixinguinha, dentre outros chorões e sambistas da antiga.
Com o passar do tempo conviveu também com o pessoal da Bossa Nova, adquirindo assim um vasto conhecimento e originalidade de quem compôs belos trabalhos como "Samba da Benção","Violão Vadio", "Apelo", dentre outras grandes.
Lembrar do samba, da bossa pra mim é fácil lembrar dos nomes mais comuns,mais falados como João Gilberto, Jobim, Elis,... porém peço "A Benção Baden" para falar de tão requintado estilo,desse chorão abafado.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

"Retrato do Artista Quando Coisa"

-...com o passar do tempo acho que vim a entender o nome de um dos magníficos trabalhos de um artista de primeira linha. Luiz Melodia.

Após muitos anos de admiração musical e a troca de informações de todos os aspectos e de diversificados pontos de vista resolvi aproveitar este espaço e repassar aquilo que absorvi.
Na última mesa de amigos ao som do bom ( e velho ) samba e (por que não?) a conseqüente ressaca me despertei a este interesse de falar da música e da arte de quem a escreve/expressa.
A princípio somente uma idéia do conteúdo que pode se esperar deste blog. Samba, jazz, blues e muitas variações rítmicas na visão de um admirador de longa data.